11 de jan. de 2009

Dedina Nossa de Cada Dia, Sempre!


Eu não sou noveleira, mas eu acompanhei uma novela todinha. Claro, perdi muitos capítulos porque afinal, ninguém é de ferro! Tem caderno da TV pra isso... E também têm aqueles que assistem pra gente perguntar o que aconteceu! Mas num todo acompanhei sim! Virei fã, não só da novela mas do João Emanuel Carneiro. Eu já tinha gostado de "Bang-Bang" só porque era diferente e porque via junto com o Matheus, como ele gostava, eu via e ao ver, gostei! Pronto. Mas o que o João fez em a Favorita chegou a ser esculachante!

A escolha do elenco é coisa de super-produção! Bem verdade que Angela Vieira e Chico Diaz, não mereciam personagens tão insossos, mas ninguem é perfeito. Fora os grandes destaques aclamados, um me marcou: Dedina...

Por partes, o que é Helena Ranaldi? Nessa novela ela foi tão somente Dedina. Entre controvérsia na conversa com amigos, eu era o advogado do diabo, ou advogada da diaba. Ninfo quase perfeita porque não totalmente ninfomaníaca, adúltera exemplar, louca mais que convincente. Ela tinha o olhar dos loucos das ruas do Centro do Rio, das ajacencias da Juliano Moreira. Ela comportou-se como alguém com coragem o suficiente pra bancar seu desejo e sem estrutura para aguentar as consequencias. É assim, que leva o que não pode pagar, acaba na boca do povo, incompreendido, sozinho e louco...
Ela poderia ter sido expulsa da casa do marido da forma traumática como foi e ter ido pra outra cidade,refazer a sua vida e ser feliz pra sempre. Ou quase, pois os que são como ela não encontram a felicidade neste mundo, principalmente se nascerem sob os auspícios do sexo feminino.

Não sei se João Emanuel nos enviou uma mensagem subliminar, que para mulheres como Dedina não existe salvação. Não sei se ele aplicou nela um castigo por sua ambição. No início da trama ela detestava Damião por ele ser o que ela desejava, vestido daquilo que ela menos queria. Que ela atormentou Elias até ele se tornar prefeito, por ela acalentar o sonho do poder, não é algo pelo qual devemos crucificá-la, afinal isso nada é distante da nossa realidade...

No capítulo da sua morte, fiquei emocionada, a morte de Dedina confirma que ainda não é neste tempo, mesmo em novelas que mulheres poderão fazer suas escolhas tranquilamente. Aquela mulher linda de cabelos maravilhosos e sorriso de outro mundo, ora nos dizia que precisava de conforto, segurança, status. Ora de uma grande paixão, de ser amada como mulher e não como pessoa inteligente e companheira de projetos de trabalho. Se Dedina tinha uma cabeça, tinha também sexo e coração (coisas que os homens costumam esquecer após um tempo de casamento ou relacionamento estável, durante o qual a mulher ja esteja com a tarja trazendo o nome do seu dono, Sim, Dedina tinha tudo, todos os compnentes de um ser humano do sexo feminino,mas nada dentro do seu ser tomava o mesmo rumo.

Ela amava o prefeito, mas o sexo que ela precisava quem tinha era Damião. Damião é tosco, Elias sensível. Ela sabia que não podia ter tudo, mas ela achou que poderia como tantos, como muitos ou como todos, ter um pouquinho de tudo ainda que às escondidas. Ela não pensou que numa cidade tão pequena, tudo é pequeno, até mesmo o espaço para se viver e principalmente as oportunidades.
Bem que ela tentou ir contra o seu desejo, mas quem poderia isso numa cidade tão pequena? Onde o desejo além de estar impregnado no nosso corpo, exibe-se diante dos nossos olhos a todo instante... Damião era o melhor amigo de Elias, trabalhava com ele e eles se viam... Por isso os olhos são as janelas da alma, porque por ele entram os ladrões da nossa paz de espírito...

Aqueles que não nasceram loucos,podem enlouquecer. Não precisa muito pra isso. A rejeição pode ser o suficiente para quem se percebe no direito de ter toda e plena aprovação. Não achei exagerado o enlouquecimento da bela Dedina, e sua morte, penso foi emblemática. O pessoal das igrejas devem ter adorado!

Tomara que aqueles que vêm novelas pensem e percebam que se um não quisesse, os dois não trepariam... Logo, Damião é tão "culpado" quanto Dedina (e a grande pergunta que minha mente moderninha me faz é: culpados de que?) coisa que toda a população da imaginária Triunfo sabe deixando claro na cena do cortejo fúnebre o qual, até as fofoqueiras do contra-sempre, acompanharam.
Vamos combinar que Damião era muito mais feliz com Dedina do que com a chata, metódica e sem sal Greice que que me faz lembrar da minha irmão mais velha que vivia me dizendo: "a desgraça do mundo é o bonzinho. Todo bonzinho é um chato e egoísta que troca de pessoas como quem troca de brinquedo num parque de diversões". Parabéns minha irmã, onde quer que você esteja. E a gente não se vê porque na trama da nossa vida, a boazinha era eu... Que bom que ando a cada dia mudando de lado, por isso tão fã de João Emanoel e Dedina.

2 comentários:

Kassya Mendonça disse...

Concordo com você!
as vezes julgamos somente uma parte do q imaginamos ser o culpado, mas esquecemos que toda historia tem 2 lados. E no amor ou no sexo é sempre preciso 2 para que se faça.
Dedina foi julgada culpada, por querer ser feliz e não esconder seus desejos. Mas, ao comparecer ao cortejo,(é claro q é opinião minha) as pessoas reconheceram que ela tinha um pouco do q todos desejam; mas tbm uma coragem incomum p/ uma pequena cidade; admitir que estava infatisfeita com o q tinha!
Parabéns!
Bjuss!

Rozzi Brasil disse...

Brigaduuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!!!!!!!!!!