30 de abr. de 2011

Pra ser Mulher

Mulher tem isso de ser mais de uma. "
De dia menina, de noite mulher"
Cúmplice em todas as ocasiões.

Senhora, dona de casa, 
princesa, 
namorada, 
mãe de filho, 
amante, 
piranha em promoção 
em  brinde com vantagem
serviço grátis, 
pago já se tem 
na rua...

Nâo dá pra ser  mulher, 

inteira, 
integral 
não sendo tudo... 

Não lhe diremos 

que dividam o mundo em frações 
que façam por menos nas preocupações...
A mulher não divide tanto,

não faz várias viagens
carregando em estreitos ombros,

mundos menores. 
Elas não tem tempo pra isso. 
O mundo não deixa.
Elas não se permitem...



Tomar conta do mundo é quase uma maternidade, 
quase um  preocupar-se até morrer de uma preocupação inevitável.

É achar que Deus ouve prece de mãe,
que o mundo respeita lágrimas de mulher
que sempre se pode fazer alguma coisa

sempre haverá uma solução,  sempre dependerá  do artigo feminino "a" 
E quando tudo falhar, 
tomar conta do corpo morto 
estropiado 
ou querido falido...

Saber que os filhos errarão e nada efetivo poder fazer para evitar, 

erros e dores fazem parte do processo de ser humano. 
Saber que filhotes se arriscam é necessário,é inevitável, normal absurdo
Definir

impor
encher-o-saco
lavar- o-cérebro
tentando evitar a dor de um filho 
é aleijá-lo, 
invadi-lo
jogá-lo 
na dor atroz de vê-lo sofrer raquítico e incapaz pelo que fizemos...

Preocupar-se com o ser amado que não entende quando nós somos melhor opção... 

Com os pais que não entendem que a gente não presta mas a gente os ama.
com o trabalho, 
o salário, 
o patrão, 
os pais, 
as crianças de rua, 
cosigo, 
cabelo, 
unha, 
batom 
sofrer ao ver o JJornal Nacional
Sofrer, não entender Líbano com Israel, 
a África miserável, 
o Brasil miseravelmente rico.
 E de novo 
lavar, 
passar, 
cozinhar, 
tomar conta da empregada,
pagar salário, 
pedir dinheiro.
Filho ou marido desempregado, 
medo de ladrão e de ladra.

Pensar duas vezes antes de entrar sozinha num bar, 
antes de gastar, 
antes de poupar. 
Não saber o pensamento do outro e precisar saber...


Foi assim que vi Clarice. 
Como se fosse eu.
Carregando o que era meu
Pensando como se fosse eu.
Olhando como queria eu olhar.

Mulher encucada, 

pensando analisando tudo ao mesmo tempo, 
tirando as conclusões segundo ela mesma 
em debate com  os seus múltiplos eus femininos.
Independente carente de colo quando a cabeça não suporta e o coração baqueia.

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