1 de mai. de 2008

ORKUT



Às vezes o Orkut me parece coisa de quem assiste jogo de futebol sozinho...
Dá pra gritar e xingar à vontade, comemorar como só torcedor do América do Rio pode fazer - correndo em volta de todo o estádio - mas nem por isso mais feliz...

É muito legal ter, mas às vezes parece que não sabemos o que fazer com ele. Nesses momentos o dito site de relacionamentos parece aquele bar que a gente adora ir,é super bom, mas tem dia que não achamos lá o que estamos procurando. A gente vai por costume, muitas vezes por vício, na maioria das vezes por comodidade,pois já se conhece o garçon, já se sabe o que vamos encontrar e em caso de dificuldade dá pendurar...

Quase tudo já está pronto e dá pra sacar aquela moda que o pessoal anda usando e a gente começa a usar também... Dá pra brincar de inteligente, de grande escritor copiando e colando. Dá pra bancar o gênio montando slides com músicas sem fim e mandar recados cifrados por códigos que nunca ninguém vai saber... Essa é a parte do encanto, da mágica. Felicidade em fotos, cores, esperança de que sejamos o que realmente acreditamos naquele momento que somos!

Pra muita gente é um catálogo, pra outros um menu.
É fácil escolher com quem se quer falar. Em caso de exposição desnecessária manda-se o recado por depoimento e, se estamos sem resposta é só dizer: não tenho entrado.

Procura-se por aqueles que a vida encarregou-se de esconder de nós. Vigia-se o ex. Sabemos onde foram aqueles que não temos coragem de perguntar...

Prático quando se tem paciência. Um atestado, um outdoor para tudo o que queremos que os outros saibam.Comercial, afetivo, competitivo, um miniworldvirtual.

Como doenças daquelas que "só acontecem com os outros", as ameças de vírus não são suficientes para nos impedir e muitas vezes sequer tomamos cuidados.

Uma janela que não marca o cotovelo. Um suicídio do qual podemos ressuscitar. Espaço de divulgação gratuita. Agenda de shows. Comercial pessoal. Uma porta como qualquer outra que tanto pode afastar quanto aproximar da realidade.

E ainda há quem não entenda porque é sucesso tão absoluto no Brasil...

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