19 de set. de 2010

Nosso Lar

 Assisti o filme Nosso Lar entre um compromisso e outro por causa daquela certeza que se eu passasse em casa não sairia de novo, por isso hoje assistirei outra vez, pois já havia combinado com amigos. Também combinei de enviar um texto sobre o filme pro site Cinema é a Minha Praia!. Mas algumas impressões por pessoais demais vou antecipar aqui. Na verdade não uma opinião necessariamente...

A gente pode acreditar em qualquer coisa a despeito de elas serem verdadeiras, a "verdade" das coisas é muito menos importante do que a verdade do nosso credo. Uma vez que se acredita, há que se comportar como tal.
Vendo o filme perguntei-me porque nunca entrei em debates acerca do espiritismo e a mim mesmo respondi que deve ser porque acredito e ponto. Não é da minha natureza convencer as pessoas do que acredito. Não é da minha natureza me por à disposição dos que querem me demover do que acredito. Sempre gostei bastante de conversar sobre espiritismo de todas as vertentes, somente conversas, sem convites ou receitas...
Tenho muito intimamente o pensamento de que o espiritismo não é uma religião, daí quando me perguntam qual é a minha religião digo que não tenho ou que sou adepta do ecumenismo.

Religião é aquela cesta de regras e mandamentos, normas e procedimentos que funcionam mais ou menos como as estrelas amarelas funcionavam nas lapelas dos judeus...
Religião tem um pouco de clubinho social, onde muitos vão para atividades de lazer na certeza que ali encontrarão personalidades com afinidades e gente boa conforme suas preferências.
Religião tem um gancho psicológico de nos levantar a auto estima, através da grande possibilidade de estarmos hoje pagando as prestações de um puxadinho no paraíso como plus, podemos suspirar resignadamente diante da inferioridade alheia e por estes quando são amados por nós, mandarmos uma carta de referência ao criador através dos nossos pedidos e orações.
Se as religiões até hoje mataram mais do que os não religiosos foram capazes de matar, vejo nisso tremendo demérito para os religiosos... O mesmo para a discriminação, o preconceito e tudo mais que afastam as pessoas.
É isso!
Se a religião é uma ponte que liga o desastre que somos a Deus, ela não pode jamais ser um intrumento ou motivo de separações.
Por tudo isso entendo que o espiritismo na forma como expressam os livros de Alan Kardec, não seja uma religião, pois nada é proibido e ninguém deve sofrer críticas pelas escolhas que faz ou pelo modo como vive, apenas existe uma lei de ação e reação e uma verdade absoluta que o nosso único caminho viável é a evolução e por conta disso, aprenderemos algo de um jeito ou de outro, mais cedo ou mais tarde...
Eu vim pensando nas coisas que somos, muitas vezes por recebermos uns conceitos, umas educações que nos levam a ficar assim.
Eu vim pessando nas pessoas que vivem em conflito consigo mesmas exatamente por isso: estar numa vida em função do tipo de educação que receberam, das idéias que lhes fizeram acreditar quando seus miolos ainda não estavam duros.
Pensei nos maus que assim são porque foram criados quase que como guerreiros, debaixo de disciplinas rígidas ou disciplina nenhuma, egoísmos imensos e egos ainda maiores, cumprindo várias tarefas precocemente, carregando "pesos", sem receber muito carinho porque seus provedores estão ocupados com a terrível tarefa de prover a família ou posar pro mundo e crescem achando que é esse exemplo que tem que seguir.
No caminho de volta do cinema, concluí que deve ser o mesmo caso dos índios canibais, eles não podem ser responsabilizados pelo que fazem o que não significa que tem o direito de ser canibais eternos ou eternamente...
O mesmo para os soldados na guerra, afinal, raros entregariam a sua vida apenas pelo mandamento que diz "não matarás",o que muda muito a figura do meu raciocínio aqueles que dizem "antes da minha mãe chorar, a sua chora primeiro" e aqui nada a ver com aqueles soldados ou voluntários que circulam pelo mundo com explosivos na cintura, embora ache que a lei de causa e efeito não discriomina nenhuma formação religiosa, não pensava neles quando saí do cinema.
Ou seja, imagino que espiritualmente seja diferente a situação daquele que rouba para comer e aquele que rouba para ter mais. Aquele que rouba para sustento de uma criança pequena e aquele que rouba porque não tem nada demais. Aquele que não rouba porque acredita que roubar é errado e aquele que só rouba quando não há testemunhas ou por ser iniputável. Afinal, vive uma vida miserável e precisa de um tênis importado para ser aceito pelos amigos... Precisa trocar o carro todo ano. Precisa eliminar umas ruguinhas aqui e ali. Tem que haver diferença. Afinal se todos pagarão por por seus atos, onde exatametne estará a diferença?  Creio que no tempo que cada um levará para aprender ou para entender o sistema punitivo dos seua atos... Diferentemente de uma religião, se isso é fato, ocorrerá independentemente  de se acreditar ou não...
Eu penso que de acordo com os códigos cristãos todos iríamos para o inferno, o céu seria apenas para os  loucos, criaças, natimortos, enfim todos que não pecaram; por outro lado, isso não seria nada justo... Também não simpatizo com a idéia de me abraçar com livros ou símbolos sagrados assim que estivesse extenuada de pecar...
A idéia de um cristo que morreu pela vontade do pai, não me agrada nenhum pouco, prefiiro acreditar que ele, o Cristo morreu pelo que viveu e que isso pudesse nos servir de exemplo, até concordo e por isso creio que morremos e vivemos coisas sempre por nossa própria vontade e quanto mais desajuizada essa vontade mais vezes morreremos e muitas coisas viveremos, coisas essas que se tivéssemos juízo de verdade, pularíamos o capítulo.

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