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Fui uma criança sem medo, uma adolescente aplicada obediente na minha forma de compreender as ordens. Nunca cumpri uma ordem sem julgá-la mesmo que não fizesse perguntas. A cara do superior determinava as minhas dúvidas quanto às ordens a cumprir, mas não impunham minha obediência...
Minha casa só não era um quartel porque não usávamos verde, mas era chato como um posto militar. Esperava-se a ausência dos superiores para que se pudesse ser feliz. O prato mais fartamente servido por lá, era o não pode, regado a um virtual de castigo ou apanhar. Apanhei muito menos do que o prometido, muito mais do o devido.
Fui uma criança sem medo e tinha uma imaginação fértil, solta, fluente, caldalosa, hemorrágica, escandalosamente secreta. Pílulas que me animavam a viver num mundo sem identificação. Uma farmácia imaginativa onde encontrava remédio para tudo o que me doía. Imaginação e leitura ingredientes que salvam a porção boa da gente.
5 comentários:
Gostei da tua carta kafkaniana.
Nossa, como vocêpe sobreviveu a isso tudo?
abraço...
Já eu, tenho demais. E garanto que freud.
Sou eu, a Val.
Postando como anônima, é mais rápido.
Beijo,
A gente sempre sobrevive, quando vim ao mundo Deus me pos um chip de processamento, daí não foi tão ruim quanto possa parecer. Chato foi o tempo que perdi até me encontrar...
rsrsr
Val,
fiquei curiosa pela conclusão, ou já está concluído?
Rozzi,
quando só um é que faz Terapia, que reconhece a sua parcela de responsabilidade para uma convivência pacífica, ou mesmo sem tanto estresse, e para o outro lado, é o estar sempre com a razão, chega um ponto que a melhor opção é não mais viver sobre o mesmo teto.
Comigo e minha mãe, essa é a conclusão. Insistir em morar junto, será comprar um baita estresse.
Dai, eu farei o impossível para isso não voltar a acontecer. Pois é freud!
Beijos (Val),
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